Me pego refletindo sobre uma questão evolucionária do profissional nos dias de hoje. Vivemos num momento onde a máxima “quem tem a informação tem o poder” precisa ser questionada. Hoje, a informação é massificada, imediata e de fácil acesso. Esse excesso de informação sobrecarrega nossa mente e nos causa diversas sensações. Não raramente sentimos que podemos saber qualquer coisa, que não sabemos de nada, que estamos esquecendo de alguma coisa, etc. O escritor José Saramago chamou isso de cegueira branca, ou seja, uma quantidade de informação tão grande que se torna não-informação.
É a Internet com suas redes sociais, os blogs, os jornais, a TV e até mesmo o rádio. Todos esses meios de comunicação nos oprimem de maneira constante, nos pressionam, nos abatem, e quer saber porque? Somos consumidores massivos de qualquer tipo de informação, até mesmo, as mais inúteis que acabam sendo absorvidas “goela abaixo”. Você liga a TV e um volume enorme de informação é transmitida, ao sair na rua diversos letreiros, propagandas e placas ofuscam a visão – todos os lugares estão repletos de informações.
Frente a essa situação, voltando ao início do texto, quem tem a informação tem mesmo o poder? Com o excesso de informação disponível quem se destaca são os profissionais que conseguem produzir conhecimento. Isso mesmo, produzir. Pois o processo do conhecimento, diferentemente do processo de absorção da informação, é pró-ativo. O processo de conhecimento, basicamente, consiste em três estágios: dados > informação > conhecimento. Os dados são apenas fatos sem nenhuma conclusão. A informação é um conjunto de fatos que faz algum sentido. O conhecimento é uma maneira de preparar o indivíduo para resolver problemas complexos sendo difícil de mensurar, por ser algo subjetivo.
Nos dias atuais o mercado busca profissionais que tenham uma visão macro. Essa visão culmina em ter condições de avaliar o cenário, cujo o qual, o seu trabalho está inserido dentro da empresa. Estamos falando da “Era do Conhecimento“. Este é o profissional que não é refém do Google, mas sim, o torna seu melhor aliado na busca por informações que poderão ser transformadas em conhecimento. As empresas passam a valorizar o profissional que entende como as coisas funcionam para que, desta maneira, elas consigam gerar ofertas de valor para o mercado. Um apertador de parafusos não tem mais espaço no mercado, pois existem máquinas para substituí-lo. Vivemos numa época onde a informação é gratuita. Onde não mais nos indagamos onde vamos encontrar uma determinada informação, mas sim, como vamos fazer para obter uma informação confiável e a partir dela produzir algum conhecimento sobre determinado assunto. Pois a informação não é mais suficiente. Precisamos produzir conhecimento a partir do bombardeio de conteúdo que recebemos diariamente e o profissional que souber fazer isso, muito bem, será, com certeza, muito valorizado.